segunda-feira, 8 de março de 2010

Êpa Êpa Babá

Escrevo agora este samba
Em homenagem ao músico que declama
O soneto da separação
Posto que a lama encontrou minha cama
E a tristeza veio logo sem fama rumo ao meu coração
No manto da minha alma dizer que reclama

Um molejo de amor machucado
Um, dois ou três pedidos negados
Vai lançar um verso disperso
No papel que eu tenho, eu peço

Que venha um som que desova
Do afro e da bossa nova
Camaleão puro e estonteante
Fez de mim um sujeito brilhante

Um poeta, diplomata, um dançante.
Grande influência e marco gritante.
É o Marcus Vinicius
De pouca ou de muita moral
O rapaz virou logo o tal

De Itapuã ao Rio de Janeiro
Foi de cada mulher por inteiro
E de fevereiro a fevereiro
Juntava tão pouco dinheiro.

O que importava mesmo era o uísque,
E o amor de uma próxima, que resiste.
Uma bebida alcoólica destilada, feita de pura cevada.
E o corpo de uma morena que vibra
Era a combinação perfeita para aquele poeta de tamanha barriga.

Era Vinicius de Moraes
Um homem de tantas loiras, mulatas e mulheres mais.